Odílio Fernandes Costa |
Nascido 19 de março de 1928 no então arraial do Retiro, Odílio Fernandes Costa, era filho do Sr. Etelvino Fernandes Costa e da Sra. Felicidade Sofia Costa, naturais da Fazenda São Joaquim. Seu pai teve 13 filhos, criados trabalhando como, lavrador, tropeiro, negociante, Juiz de Paz, Delegado de Polícia e importante líder político no antigo arraial do Retiro, hoje chamado Santo Antônio do Retiro que se tornou município em dezembro de 1995 pela Lei Estadual 12.030 de 21 de dezembro de 1995, desmembrando-se do município de Rio Pardo de Minas.
Odílio Fernandes Costa, começou a trabalhar ainda cedo, aos 14 anos, ajudando seu pai no serviço da tropa. Fez também vários serviços de ida a Monte Azul e Salinas. Aos 16 anos se mudou para o estado de São Paulo, onde começou a trabalhar nas linhas de ferro de São Paulo — Parapuã e Tupã. Mudou-se para Londrina, no Paraná, onde ficou pouco tempo e retornou para São Paulo (capital), onde trabalhou como ambulante, vendendo caldo de cana, amendoim, dentre outros produtos. Logo mais tarde, começou a trabalhar cobrador de ônibus, onde nesse período, tirou carteira de motorista e tornou-se motorista de ônibus.
Ao retornar para o arraial do Retiro depois de 10 anos, no dia 10 de junho de 1953 casou-se com Azeli Silva, filha de João Fernandes Ribeiro e Aurora Francisca da Silva e decidiu voltar novamente para São Paulo onde permaneceu por mais um ano.
Em torno de 1954, retornou para terra natal e comprou um caminhão, no qual fazia transporte de mercadorias de Rio Pardo de Minas, para o povoado de Barra da Alegria, Indaiabira e redondezas. Viveu até o ano de 1959 no arraial quando se mudou para o povoado de Barra da Alegria, onde morou por 9 anos e em Montes Claros por mais 7 anos. Em 1975 mudou-se para Rio Pardo de Minas, definitivo, onde abriu um armazém — o “Armazém São José”, onde hoje é prédio de Geraldo Bastos.
Enquanto desenvolvia suas atividades econômicas e políticas, foi sócio da Cooperativa Agropecuária de Rio Pardo de Minas e da Cooperativa Regional de Montes Claros e também vice-presidente do Sindicato Patronal Rural no decorrer dos anos. Se tornou vereador por dois mandatos seguidos, na 31.ª Câmara Municipal em 1959 como prefeito Aderval Costa e vice Celcino Costa e na 32.ª em 1963 tendo como prefeito Jovelino Pinheiro da Cruz e Aderval Costa como vice-prefeito. Em 1976 candidatou-se a Prefeito de Rio Pardo de Minas e foi eleito por 2.862 votos - foi seu vice Décio Martins Costa - defendendo a legenda da Arena que foi extinta. Daí então, filiou-se ao PDS (Partido Democrático Social), criado por José Sarney, Jarbas Passarinho, Abreu Sodré, Armando Pinheiro; no qual também foi extinto em 1993.
Dentre seus vários benefícios e atividades prestadas ao município rio-pardense, participou do término da construção da igreja Nossa Senhora da Conceição, por 22 anos; construiu o prédio que abriga o Fórum, em Rio Pardo de Minas; construiu mercados municipais em várias localidades como: Vargem Grande, Barra da Alegria e Santo Antônio do Retiro, um anexo ao mercado Municipal da Sede; construiu vários cemitérios, distribuídos em Santo Antônio do Retiro, Fazenda Caiçara e Montezuma, tendo ainda reformado o velho cemitério de Montezuma; em parceria com a Copasa, implantou remodelação e extensão da rede de água na sede; levou a rede de distribuição de água, por gravidade, aos distritos de Serra Nova, Santo Antônio do Retiro e Montezuma, e ao povoado de Vargem Grande. Construiu 15 grupos escolares e ainda reformou 3 grupos estaduais na zona rural, com recurso da própria Prefeitura Municipal; levou extensão de séries, de 5.ª a 8.ª, para os distritos de Santo Antônio do Retiro e Montezuma; conseguiu extensão para a sede, em escola mantida pelo estado; implantou, energia elétrica em parte da Cidade Alta, Vila JK, e nos distritos de Santo Antônio do Retiro, Indaiabira e Montezuma; adquiriu uma camioneta C-10 e um automóvel da marca Fiat, para uso do executivo; em convênio com o DER foi construído um Balneário no distrito de Montezuma, contando então com um Hotel de nível turístico, 4 piscinas e 6 banheiros; criou linhas de ônibus ligando Rio Pardo a Montes Claros e Rio Pardo ao Balneário de Montezuma.
No ano de 1982, quando ainda estava na administração municipal, foi-lhe constatado um tumor maligno no intestino grosso e procurou tratamento até na capital Belo Horizonte, mas sem sucesso. Faleceu ainda Prefeito, sem terminar o mandato, em 18 de janeiro de 1983, aos 55, em sua residência em Montes Claros onde seu vice o Sr. Décio Martins Costa, assumiu a prefeitura.


Odílio Fernandes Costa [✝︎ 18 jan. 1983]
Referências:
ÂNGELIS, Newton de. Efemérides Riopardenses: 1698 – 1972. Rio Pardo de Minas: R&S Arte Gráfica de Salinas, 1998. 4v.
PARDINHO, Eleandro. [Monografia Histórica e Genealógica de Santo Antônio do Retiro – Minas Gerais (1783 – 2013)]. [Manuscrito].